Acordei de manhã, lavei a cara e senti a minha pele suave. Olhei-me ao espelho e as gotas de água deslizavam lentamente pelo meu rosto. Os meus olhos tinham um tom claro e a minha pele mantinha uma tonalidade igual por inteiro, não havia presença do rosado das minhas bochechas. (Estava serena)
Dirigi-me à cozinha, peguei numa malga e enchia de cereais e leite. Sentei-me com uma perna em cima da cadeira (como sempre faço) e enquanto comia os cereais, o meu olhar fixava-se no exterior, estava um dia bonito de sol no entanto um pouco frio.
A janela estava aberta e a brisa arrepiava o meu corpo protegido só com uma t-shirt larga.
Liguei o rádio e ouvi as primeiras notícias do dia, eram apenas, o resumo do jogo de futebol de ontem e a crise do país, nada de surpreendente.
Abri o armário e peguei nos leggins pretos, uma sweat preta e enrolei um cachecol de malha com vários tons rosa ao pescoço. (Apetecia-me estar confortável e quente)
Saí de casa sem chaves, apenas com o meu mp4, não sabia onde ia apenas limitei-me a andar em vão…
O meu rosto estava dirigido para o chão, via pontas de cigarros, chicletes coladas no chão e ouvia uma música melancólica, em que a batida correspondia ao meu andar.
Sentia a presença de pessoas a passar por mim, mas nem olhava para os seus rostos.
Do nada, uma senhora travou o meu andar, retirei os phones e com um sorriso meigo perguntei se precisava de alguma coisa. A doce senhora com os seus 65/70 anos apenas disse-me:
"- Não quero nada! Já viu, está um dia lindo e a menina é tão linda e está com um ar tão triste."
Nesse momento perdi a força de expressar qualquer palavra e a única coisa que queria fazer era abraça-la. Mas apenas sorri e agradeci com uma lágrima no olho, ela retribuiu o sorriso e continuou o seu percurso.
Eu fiquei ali... parada a vê-la “partir”...
Não precisei de pensar/dizer nada, aquele momento tinha dito tudo. #
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