
Tinha todo o tempo, podia aproveita-lo da forma que eu
quisesse. Assim o fiz, saí á rua. A chuva era escassa, o frio aumentava e eu
vagueava em passos lentos analisando tudo o que estava à minha volta. Sentia-me
estranha apetecia-me viver cada sensação que ali decorria, por mais simples que
fosse.
O mundo para lá da vida, estava aos meus olhos e sem
perceber como, o meu corpo foi empurrado para lá.
Nunca me despedi de ninguém que fosse para o outro mundo,
nunca soube o que era deixar partir alguém, sem poder ter uma viagem de ida e
de volta, que pudesse ver essa pessoa novamente. É nesse momento, que me perguntava, o que fazia
eu num sítio daqueles?! Não obtive resposta, meu corpo continuava a ser
manipulado e eu vagueava naquele local de flores e nomes com fotos de pessoas
antigas.
O tempo foi pouco, mas sinto que fui levada até lá por uma
simples razão.
Ao chegar a casa no fim do trabalho disse-me: “Os médicos
descobriram o problema dela e pode ficar numa cadeira de rodas ao fim destes
anos.”
Não tive reação apenas imaginei a situação. Ao entrar em
casa recordei que os malmequeres ao longo do caminho tinham as pétalas voltadas
para baixo devido à chuva, mas elas continuavam agarradas ao núcleo da
sua flor. Um dia, quando vier o sol acredito que elas vão voltar a ficar firmes e continuar a dar beleza à aquela planta.
Hoje vou-me deitar e perceber que as coisas não acontecem
por acaso.
p.s.- enquanto ia trabalhar tive uma forte vontade de
chorar, não sabia o porquê que sentimento me levaria a tal reação, mas agora
entendi.
Até amanhã secret.
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